quarta-feira, 7 de março de 2012

Estereótipos e Preconceitos


Os estereótipos são representações mentais de grupos sociais, ou seja, um estereótipo acontece quando atribuímos automaticamente certas características psicológicas gerais a grandes grupos humanos. Funcionam como uma espécie de correspondência imediata entre etiquetas psicológicas (ex: brancos, negros, homens, mulheres) e os indícios mais salientes dessas etiquetas.

Os estereótipos começaram por ser encarados como um escape para tendências agressivas ou como projecção das nossas fantasias indesejáveis nos outros, ou ainda como sintoma de certas personalidades ligadas ao racismo, ao autoritarismo ou à xenofobia. Depois, algo evoluiu na sua concepção. Desde então, Lippman é considerado o precursor da concepção contemporânea dos estereótipos e das suas funções psicossociais. Para ele, a origem dos estereótipos prende-se com a necessidade do ser humano em categorizar (e com uma tendência para a simplificação). Na prática, estas estruturas cognitivas não só categorizam, como influenciam o nosso processamento de informação, a percepção social e os comportamentos interpessoais (entre indivíduos) e intergrupais (entre grupos). São-nos transmitidos pelos agentes de socialização (pais, escola, comunicação social), o que explica o consenso relativamente a um dado estereótipo dentro de uma mesma sociedade.

Embora os estereótipos sejam naturais e instintivos, eles constituem os aspectos cognitivos que estão na base da atitude preconceituosa. O preconceito vai “mais além” que o estereótipo. Um preconceito refere-se fundamentalmente a um pré-juízo (ou pré-conceito) elaborado por nós antes de ser recolhida informação relevante, ou seja, é baseado em evidências inadequadas ou mesmo imaginárias. Ele surge quando os estereótipos se associam a um sentimento, positivo ou negativo, condicionando muitas vezes a atitude do sujeito e levando-o a adoptar uma posição a favor, ou contra, sem qualquer evidência factual. Assim, pode dizer-se que o preconceito acaba por tornar uma categorização natural do mundo físico num rótulo de significado afectivo desadequado, uma mera generalização.

Como disse Einstein, é mais fácil desintegrar um átomo do que um preconceito. Sabemos que, inevitavelmente, o Homem gosta de tentar simplificar o que é complexo. Aplicar “rótulos” é uma forma de o fazer. Felizmente, os estereótipos não são impermeáveis às mudanças sociais e, aos longos dos tempos, a alteração de alguns estereótipos (e o fim de alguma ignorância) tem acabado com certos preconceitos (em relação à diferença de sexos, de raças, entre outras questões). Einstein disse, com razão, que era difícil, mas não impossível…!

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