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sexta-feira, 18 de julho de 2014

Let the Children Play

Finn Beales

Deixem as crianças brincar. "Isto é um assunto muito sério". Em algum momento esquecemos o significado do conceito 'férias'. Foi no momento em que nos tornámos escravos do sucesso académico das nossas crianças. Em busca da criança mais espectacular (como comprovativo dos educadores espectaculares que somos) servimos-lhes uma cópia ao pequeno-almoço, contas de dividir ao almoço e, com sorte, uma ficha de estudo do meio ao jantar. Deixem as crianças brincar. Que esqueçam a tabuada mas aproveitem para contar o troco do gelado, que esqueçam o corpo humano mas sintam os músculos cansados, que esqueçam as dinastias mas possam visitar os castelos. Viver, em vez de decorar. Que do Verão recordem os mergulhos, a bicicleta, o sal na pele, os golos, o cabelo molhado, as raquetes de ténis e a boca suja de açúcar. Que não se recordem de mais que isso. Como criamos espaço para o novo se não nos libertamos do que é velho?

Respire-se fundo.

terça-feira, 27 de maio de 2014

Divulgação

Caríssimos, boa tarde! 
É com muita alegria que informo que a partir desta semana começarei também a dar consultas (Psicoterapia/ Psicologia Clínica) no coração de Lisboa, que é um coração muito grande e me acolheu com muito carinho. O consultório está situado na Rua Joaquim António de Aguiar (entre Amoreiras e Marquês de Pombal). 
Para mais informações, enviar email (s_pracana@hotmail.com) ou comunicar para número na secção dos contactos (acima).
S.

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Mãos ao Trabalho!


“O desespero nunca serviu as sociedades democráticas e é preciso ter em conta os sonhos das pessoas, que se podem tornar em pesadelos. Os psicólogos têm um papel fundamental para lidar com as incertezas e ajudar os portugueses.”

Telmo Baptista

Bastonário da Ordem dos Psicólogos Portugueses - Sessão de Abertura do I Congresso Nacional da OPP (18,19,20 e 21 de Abril de 2012)

terça-feira, 15 de novembro de 2011

(Ainda) os sonhos de Jung


"O sonho recorrente é um fenómeno digno de apreciação. Há casos em que as pessoas sonham o mesmo sonho, desde a infância até à idade adulta. Este tipo de sonho é em geral uma tentativa de compensação para algum defeito particular que existe na atitude do sonhador em relação à vida; ou pode datar de um traumatismo que tenha deixado alguma marca. Pode também ser a antecipação de algum acontecimento importante que está para acontecer.

Sonhei durante muitos anos com um mesmo motivo, no qual eu “descobria” uma parte da minha casa que até então me era desconhecida. Algumas vezes, apareciam os aposentos onde os meus pais, há muito falecidos, viviam e onde o meu pai, para grande surpresa minha, montara um laboratório de estudo de anatomia comparada dos peixes e onde a minha mãe dirigia um hotel para hóspedes fantasmas. Habitualmente, esta ala desconhecida surgia como um edifício histórico, há muito esquecido, mas de que eu era proprietário. Continha interessantes mobílias antigas e, lá para o fim desta série de sonhos, descobri também uma velha biblioteca, com livros que não conhecia.

Por fim, no último sonho, abri um dos livros e encontrei nele uma série de gravuras simbólicas maravilhosas. Quando acordei, o meu coração pulsava de emoção. Algum tempo antes de ter este último sonho, havia encomendado a um vendedor de livros antigos uma colecção clássica de alquimistas medievais. Encontrara, numa obra, uma citação que me parecia relacionada com a antiga alquimia bizantina e queria verificar este facto. Algumas semanas depois de ter tido o sonho com o livro que me era desconhecido, chegou um pacote do livreiro. Dentro, havia um volume em pergaminho, datado do século dezasseis. Era ilustrado com fascinantes gravuras simbólicas, que logo me lembraram as que vira no meu sonho.

Como a redescoberta dos princípios da alquimia se tornou parte importante do meu trabalho pioneiro na psicologia, o motivo do meu sonho recorrente é de fácil compreensão. A casa, certamente, era o símbolo da minha personalidade e do seu campo consciente de interesses; e a ala desconhecida da residência representava a antecipação de um novo campo de interesse e pesquisa de que, na época, a minha consciência não se apercebera. Desde aquele momento, há trinta anos, o sonho não se repetiu."


Carl Jung in O Homem e os seus símbolos

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Ideias em Ordem


Tem sido difícil ser psicólogo em Portugal. Sendo uma profissão muito “jovem”, compreende-se que o processo tem levado o seu tempo. Contudo, enquanto isso, a classe profissional viu-se desprotegida e desinformada (a criação da Ordem dos Psicólogos Portugueses foi uma dura batalha, vencida em Setembro de 2008), estando igualmente desprotegidos e desinformados os cidadãos que dela precisaram e a ela recorreram.
Não percebendo sequer a importância e as reais competências do psicólogo como técnico especializado, o Estado não cumpriu, de todo, a sua função como regulador da profissão, durante todos estes anos em que a tarefa lhe competiu. Regidos por uma ausência de legislação competente, os direitos e os deveres do psicólogo nunca foram, igualmente, concretamente definidos, dando azo a uma espécie de anarquia que não só lesa os utentes (que o Estado também deveria proteger) mas também a classe profissional, na sua credibilidade e, consequentemente, no seu estatuto. Para além de pouca, a legislação nunca foi revista desde os anos 90 e hoje não há psicólogos suficientes nas escolas, nos centros hospitalares e nos cuidados de saúde primários (mencionam-se apenas a Educação e a Saúde pois foram as únicas áreas para as quais o Estado legislou a carreira de psicólogo). Proporcionou-se, em função de uma crescente necessidade sem resposta dos serviços, um abuso desmedido dos regimes de voluntariado em Psicologia. Na ausência de instrumentos legais com que se defender, os psicólogos têm vindo a desenvolver trabalho de forma maioritariamente precária, entregues, não ao Estado mas, como se diz, à bicharada.
Criada a OPP, restam ainda algumas (e não menos importantes) microbatalhas por travar, essas já muito dependentes também de uma necessária divulgação nacional de qualidade sobre o mercado da Psicologia. Continua a ser imperativo vincar todas as possibilidades de intervenção em Psicologia e especificamente em Saúde Mental, um pilar fundamental de qualquer sociedade dita desenvolvida. Continua a ser imperativo sensibilizar o público para algumas noções básicas e fomentar uma consciencialização generalizada do que é a Psicologia, para que serve e tudo aquilo que ela permite compreender e transformar. Em Portugal, muitos aspectos se poderiam melhorar se as políticas do Estado se baseassem num enquadramento, compreensão e intervenção psicossocial das situações. Pensemos sobre a enorme quantidade de baixas médicas relacionadas com a depressão e outras perturbações emocionais que condicionam e impedem a produtividade dos trabalhadores. Pensemos quão mais simples seria enquadrar e lidar com a questão das dificuldades de aprendizagem, abandono escolar e iliteracia. Ou ainda quão mais útil intervir atempadamente na questão da criminalidade, da delinquência, da toxicodependência, da saúde materna e saúde infantil ou mesmo da violência doméstica. Entre tantas outras questões que se enraizam em aspectos psicológicos do ser humano.

sábado, 6 de agosto de 2011

Pedrinha (Do paradigma relacional)


O paradigma actual, na física como na psicologia, não é o dos corpos ou entidades mas o das relações. A matéria existe em relação com outras matérias.

António Coimbra de Matos

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Psiquiatras, Psicólogos, Psicoterapeutas e Psicanalistas


Existe, não raramente, alguma confusão relativamente às diferenças entre um psiquiatra, um psicólogo, um psicoterapeuta e um psicanalista. Embora sejam, todos eles, profissionais de saúde mental, há diferenças ao nível da formação académica, da compreensão das situações clínicas, bem como no que respeita às intervenções terapêuticas.
O psiquiatra é um profissional formado em Medicina e com posterior especialização em Psiquiatria. O conhecimento do psiquiatra concentra-se fundamentalmente no diagnóstico de comportamentos desviantes. Utiliza como linha de base um sistema de classificação e diagnóstico baseado em manuais (ex: DSM-IV – Manual Diagnóstico e Estatístico das Perturbações Mentais) e a principal forma de intervenção utilizada por estes profissionais é a prescrição de medicamentos como antidepressivos, ansiolíticos e outros psicofármacos.
O psicólogo é um profissional formado em Psicologia, a quem compete o estudo do funcionamento humano, bem como a avaliação e tratamento das perturbações associadas. A sua área de intervenção foca-se no indivíduo e nos seus processos internos, mas pressupõe também uma compreensão alargada do seu funcionamento familiar e social, intervindo também no ambiente envolvente. A formação em Psicologia é tão diversa que se divide, quase de início, na área clínica, organizacional, educacional ou criminal. O conhecimento do psicólogo pode, assim, aplicar-se a uma série de áreas da sociedade, consoante a sua formação (neste caso, saúde mental, organizações e empresas, escolas e agentes educativos ou área forense, entre inúmeras outras relacionadas). Quando se dedica à área clínica (aquela que serve a nossa comparação), em particular, o psicólogo tem legitimidade de realizar uma série de intervenções psicológicas mas, em situação de consultório e prática clínica, deve continuar a sua formação e especializar-se como psicoterapeuta para uma intervenção mais ética e eficaz com os pacientes. 
O psicoterapeuta domina um corpo de técnicas que utilizam métodos psicológicos para analisar e intervir em estados emocionais, comportamentais e outras perturbações causadoras de mal-estar físico, psicológico ou social e de outras problemáticas por vezes menos evidentes. Na psicoterapia, através de uma relação muito particular que é estabelecida entre os dois intervenientes conduz-se o paciente numa viagem em que este se torna mais consciente de Si (do que faz, pensa e sente) e através da qual se pretende aliviar algum sofrimento e proporcionar a mudança. Importa realçar que, embora a psicoterapia derive de teorias psicológicas, um psiquiatra com formação adicional nesta área (e não apenas formação médica) pode, também, utilizar a técnica.
O psicanalista é um profissional com uma especialização em psicanálise (normalmente um psicólogo ou um psiquiatra, que faz, posteriormente, formação adicional em psicanálise). A teoria e técnica da psicanálise têm nuances particulares que exigem uma formação prolongada por parte do profissional (o próprio processo psicanalítico é longo e aprofundado) em entidades competentes. Visa o desenvolvimento da capacidade de pensar analiticamente sobre si próprio e sobre o mundo e proporciona uma notável expansão e crescimento do sujeito. O psicanalista (ou analista, forma abreviada) opera igualmente em contexto clínico, intervindo com a sua técnica, a psicanálise (ou análise), que se assemelha em alguns pontos a uma psicoterapia, embora tenha particularidades muito específicas.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Primeiros Passos


        Iniciando uma aventura na blogosfera, nasce o Pedra de Toque. Deve a sua existência a uma coluna de artigos de opinião, homónima, num semanário local, onde durante mais de um ano tenho expressado opiniões e conhecimentos sobre uma área apaixonante, a Psicologia. Para quem aprecia saber mais e perceber melhor. Sobre nós, sobre os outros, sobre nós e os outros.