Em 1913, na zona balnear de Deauville,
encontravam-se reunidos os amantes de corridas de cavalos. Entre eles, um casal
de namorados que lá passava uma temporada. Ela, francesa, mulher de história
triste que por dor ou vergonha escondia e negava as suas origens, modista de moderado
sucesso na criação de chapéus. Ele, inglês, intelectual ligado à política, jogador
de polo, não o seu primeiro nem único homem, mas o seu grande amor e,
sobretudo, o seu maior apoiante. Certa manhã, a modista decidiu que vestiria
uma camisola de malha dele, mas não pela cabeça. Cortou-a pela frente. Para não
estragar o penteado ou por mero capricho, não sabemos. Improvisou uma gola e um
cinto com retalhos do mesmo tecido e, finalizando, coseu-lhe dois enormes
bolsos “na altura exacta em que as mãos gostam de descansar”. Surpreendentemente,
com a diferença de estatura entre ambos, a malha caiu como se fosse um vestido.
Essa
mulher era Gabrielle “Coco” Chanel. O seu homem, Arthur “Boy” Capel. A peça, o cardigan, reinventado para o feminino.
Saindo à rua, “todos me
perguntavam onde o tinha comprado e eu respondia, se quiser, vendo-lhe um.
Nesse dia, vendi dez modelos iguais.” De modista a maior estilista do séc.
XX, uma self-made woman visionária, dona
de uma criatividade que aliou como ninguém o clássico ao revolucionário,
afirmou pouco antes de morrer: ”A minha fortuna foi construída em cima daquela
malha velha que eu vesti porque fazia frio em Deauville".
Transformação é a palavra-chave. Na vida ou há desenvolvimento ou instala-se a decadência. O estacionamento é uma ilusão. Nas palavras de Cervantes, “A estrada é sempre melhor que a estalagem” (António Coimbra de Matos)
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sábado, 9 de junho de 2012
sábado, 9 de julho de 2011
Vai onde te leva o coração
A escolha de uma área profissional é um dos momentos mais importantes no percurso escolar de um jovem. Chegando ao 9º ano de escolaridade, o adolescente vê-se a braços com uma decisão relativa à área de estudo que pretende aprofundar durante os seguintes anos de aprendizagem. É o momento da primeira escolha.
Naturalmente, nem todos os jovens sabem com a mesma determinação aquilo que querem para a sua vida. É frequente existirem indecisões, angústias e receios. Nessa altura, recomenda-se que o aluno realize provas de orientação vocacional, que o ajudem a esclarecer alguma dúvida bem como a tomar uma decisão mais madura e consciente. E recomenda-se mesmo aos jovens mais “esclarecidos” pois, independentemente de parecer que o adolescente sabe muito bem aquilo que quer, não podemos esquecer que está em plena processo de construção da sua identidade e que esse processo nunca é uma equação simples.
O objectivo fundamental da realização destas provas é a recolha de dois tipos de informação fundamental, os interesses e as aptidões. Os interesses dizem respeito às áreas pelas quais o jovem sente maior motivação e gosto e também aos seus sonhos relativamente à sua realização profissional. As aptidões estão relacionadas com as suas reais capacidades em cada uma das possíveis áreas de escolha. Seguidamente, há toda uma panóplia de factores que devem ser analisados conjuntamente pelo jovem e psicólogo durante a entrevista, tais como a existência de algumas discrepâncias entre as aptidões e os interesses, as suas expectativas e os seus receios, a qualidade da informação que o adolescente possui relativamente aos cursos e ao mercado de trabalho e, ainda, não raras vezes, perceber se alguns desejos (nem sempre explícitos) dos pais estão ou não a criar ambivalência no jovem.
Seguindo em frente, uma nova escolha, semelhante a um estreitamento, é exigida no final do 12º ano de escolaridade. Uma escolha específica. Para além das dificuldades apontadas anteriormente, inerentes a qualquer processo de decisão, aqui se reúnem outro tipo de dúvidas, nomeadamente a questão das médias/requisitos de entrada na Universidade, uma grande oferta de Universidades (ou cursos de outra ordem, nunca esquecendo a quantidade de jovens que preferem outro tipo de especialização), as saídas profissionais, ou mesmo a pressão sentida quando não sabem ainda ao certo qual a actividade profissional em particular que querem escolher.
As variáveis emocionais são de grande importância porque, para que o aluno obtenha sucesso académico numa dada área, é necessário que exista, para além dum investimento intelectual, um investimento afectivo e emocional que funcione como catalisador da vontade de aprender. E uma situação de indecisão não é sinónimo de fracasso ou desinteresse no futuro, havendo sempre a alternativa de recorrer a técnicos especializados que poderão iluminar alguns recantos escuros nesta importante fase de vida.
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