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domingo, 4 de maio de 2014

Canção da Ausência



"Mother, you had me but I never had you, 
I wanted you but you didn't want me, 
So I got to tell you, g
oodbye, goodbye."

Ou como hoje li por aí: “o vazio absoluto, irremediável rasgão na alma, de não se ter no coração a ideia de Mãe”

Dia da Mãe




terça-feira, 4 de março de 2014

Pedrinha (Existo porque fui amado)

O que promove, orienta e suporta a relação é o bonding (ligação) da mãe ao filho e não o attachment (vinculação) do bebé à mãe. A relação é, predominantemente, da responsabilidade do animal alfa. De igual modo, na cura psicanalítica obedecemos à regra da precessão e primazia do investimento do analisando pelo analista. Este é um dos princípios basilares da arte e da técnica.


António Coimbra de Matos (in Vária. Existo porque fui amado)

domingo, 6 de maio de 2012

Mãe



"Mãe não tem limite,
é tempo sem hora,
luz que não apaga"

Foi muita confusão mesmo, mas senti um bem-estar interior em ver a loja repleta de pessoas e ver a sua alegria a fazer compras, comprar coisas que muitas pessoas não podiam num dia normal sem descontos. Bolachas, bacalhau, carne etc..
Aqui fica um exemplo do que o Grupo Jerónimo Martins deu aos clientes e muitos devem ter entrado a primeira vez ontem, mas talvez voltem e abram os olhos.

Agora imaginem o que dão aos empregados, pois somos nós que damos os lucros a empresa e reconhecem isso. Quantas fazem isso? Nem o governo reconhece.

2 De Maio de 2012
Carlos Drummond de Andrade

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Incapacidade Maternal

 “Ser mulher não é equivalente a ter a capacidade para ser mãe (…) Se a mulher tem útero logo pode procriar. Como se não se tratasse de útero e mente. Corpo e alma para fabricar um ser humano também com direito a alma”, nas palavras de Teresa Ferreira. O conceito de incapacidade maternal não implica uma patologia, mas sim uma característica da personalidade de algumas mulheres. E embora sendo uma limitação do ser humano como outra qualquer, carrega um preconceito tão acentuado que não é convenientemente pensada. Uma mulher com capacidade reprodutora que opte por não ter filhos nem sempre é compreendida.
A função materna implica uma capacidade contentora que se manifesta logo durante a gravidez. Conter significa possuir qualidade nos afectos e uma sensibilidade muito particular relativamente ao seu filho. Estar disponível para amar e empatizar com ele. Conseguir ser uma segunda pele, amparando e elaborando as suas angústias e devolvendo-as, devidamente resolvidas. Ter a capacidade de manter uma posição flexível e dinâmica ao longo dos seus estádios evolutivos, com vista ao desenvolvimento gradual da autonomia da criança.
Não se trata de ser exigente com as mães. Pelo contrário, poucas mulheres serão a mãe modelo e Winnicott foi extremamente certeiro quando designou a mãe necessária ao bom desenvolvimento do bebé como uma “mãe suficientemente boa”. Falamos, sim, de casos de incapacidade destrutiva. De mulheres cuja paixão exclusiva é o seu trabalho, a arte ou a ciência. De mulheres, outras, que vivem condicionadas pela dependência de substâncias, negligenciando os filhos para alimentarem outro “amor”. De mulheres da vida que “fabricam”, literalmente, filhos, espalhando-os por amas, instituições e famílias de acolhimento. Falamos também de mulheres que apenas não sentem um instinto maternal. Simplesmente não sentem.
Depois, há as crianças que nascem para salvar relações (falta de informação, seguramente, pois a parentalidade é uma das mais difíceis provas numa relação entre homem e mulher). Há as que nascem para preencher vazios emocionais (usadas, as pobres, como objectos de amor possessivo) e há as que nascem por um acaso (acidentes de percurso) e que nunca chegam a ser desejadas.
E mais tarde, demasiado tarde, há mães que abanam os filhos como se abana um caixote (no melhor dos casos) quando o choro se torna incessante, porque aquela mulher não tem dentro de si a capacidade materna, o entendimento, a disponibilidade e o amor necessário. E nunca pensou sobre isso.
Há mulheres que, simplesmente, não têm na sua vida o espaço emocional necessário para um filho. O reconhecimento das nossas próprias limitações é a maior manifestação de inteligência. Ser mãe não é um dever, é uma escolha. Uma escolha em consciência. Uma promessa de amor eterno. 



Referência: Ferreira, T. (2002). Em defesa da criança. Assírio & Alvim.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Os primórdios de um desenvolvimento saudável


 
É na relação mais precoce entre a mãe e o seu bebé que se inicia toda a vida psicológica e se traçam os primeiros caminhos de vida do indivíduo. Na gravidez, a ligação entre a mãe e o feto estabelece-se desde muito cedo, sendo por isso que gestações conturbadas muitas vezes estão na origem de alguns problemas relacionais futuros. Quando o bebé vem ao mundo, os primeiros contactos estabelecidos são igualmente de muita importância. O primeiro olhar entre a mãe e o seu filho, e as interacções que a pouco e pouco se vão desenvolvendo, marcam a vida desta criança de forma inquestionável. A amamentação é um momento fundamental na vida do bebé, quer pelas reconhecidas propriedades benéficas do leite materno, quer pela criação da proximidade relacional entre mãe e filho, que atinge um dos seus expoentes máximos durante a amamentação. A amamentação deve, assim, ser prolongada o máximo de tempo possível. Uma boa relação entre mãe e bebé tem também por base a capacidade desta mãe de conter as angústias do bebé, de o fazer sentir-se seguro e protegido e de compreender as suas necessidades, colmatando-as. Esta mãe suficientemente boa não deixa que o seu filho se sinta em desamparo mas também não o sufoca e, a pouco e pouco este bebé vai conseguindo lidar cada vez melhor com o mundo e com as ausências da sua mãe, graduais. Originará uma criança com uma auto-estima positiva, auto-confiante e segura, mais autónoma e mais capaz de explorar o mundo.
A qualidade do vínculo que se estabelece nesta dupla relaciona-se também com a forma como a mãe olha o seu bebé. O rosto da mãe funciona para o bebé como um espelho e na forma como a mãe o olha ele começa a perceber quem é. O bebé vê-se da forma que a mãe o vê. Quando ele olha para a sua mãe e vê reflectido o amor e o encantamento, vive uma experiência positiva e começa a construir uma saudável imagem de si próprio. Por outro lado, o bebé que olha para o rosto da mãe e vê desilusão, frustração ou desamor, estará certamente mais exposto a um crescimento em que a imagem de si próprio é menos positiva. Pode dizer-se, essencialmente, que a receita mágica para uma relação saudável entre mãe e filho assenta no amor que se estabelece entre os dois. Esse é o ponto de partida sem o qual nenhuma outra estratégia fará sentido, pois é nesse amor que surge a capacidade de compreender, conter, securizar, educar, e é esse amor o responsável pela sensação indispensável de que não estamos sozinhos.