Nem sempre o coração consegue comunicar ao pensamento o que lhe dói. Nem sempre o coração sabe ao certo o que lhe dói: só sabe que dói. Quando o inconsciente domina o nosso funcionamento e não conseguimos compreender porque sentimos o que sentimos e porque fazemos o que fazemos estamos perante um dos bloqueios que torna mais difícil o crescimento e a construção de um lugar de bem estar. É traduzindo as emoções por palavras que nos tornamos mais senhores de nós e menos submissos às forças mais ocultas que nos habitam. Se alguma coisa nos liberta do sofrimento é a capacidade de pensar e de dar sentido à dor.
Transformação é a palavra-chave. Na vida ou há desenvolvimento ou instala-se a decadência. O estacionamento é uma ilusão. Nas palavras de Cervantes, “A estrada é sempre melhor que a estalagem” (António Coimbra de Matos)
Mostrar mensagens com a etiqueta Consciente. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Consciente. Mostrar todas as mensagens
segunda-feira, 5 de junho de 2017
quarta-feira, 22 de outubro de 2014
Tudo aquilo que pedires
Tem estado na moda uma tendência ligeiramente omnipotente que
diz que temos tudo aquilo que pedimos. Diz que de cada vez que nos erguemos, o
Universo ergue-se connosco. Começou, talvez, com 'O Segredo' e proliferou como
cogumelos. É uma abordagem da vida
mais 'mágica', com forte ligação a correntes energéticas e espirituais. Se é
exactamente assim ou não, não posso saber ao certo. O que eu sei e concordo é
que somos, sim, imensamente maestros da nossa vida e que a sinfonia também vai,
sim, correndo segundo indicação da nossa batuta. E as teorias dizem: Pede
alegria, terás alegria. Pede sofrimento, terás sofrimento. Pois aqui entra a
psicanálise: o problema disto tudo é que nem sempre temos consciência daquilo
que andamos a pedir. Por exemplo, o conceito e fenómeno de 'compulsão à
repetição' diz-nos que apresentamos uma tendência inconsciente para o regresso
às situações traumáticas da nossa vida, como tentativa de as resolver
internamente/emocionalmente. Como se quiséssemos corrigir uma experiência
passada. Não damos por isso. São coisas que se passam aquém da nossa
consciência. Não é algo que esteja sujeito a racionalização. Só quando, a dada
altura, em vez de nos queixarmos do nosso eterno azar (também lhe chamamos
karma), nos sai da boca ou do pensamento algo do género:
— "Porque é que me rodeio sempre das pessoas erradas?"
— "Porque é que me rodeio sempre das pessoas erradas?"
Ou então pensamos,
— "Se eu quero tanto ser independente porque é que continuo a depender dos outros?"
Ou ainda,
— " Se eu quero tanto ter uma relação sólida porque é que não consigo manter um relacionamento?"
Este é o primeiro passo em direcção à tomada de posse na nossa vida. Ou seja, enquanto não nos apercebermos que estamos presos a um padrão de funcionamento, queremos conscientemente ser felizes mas estamos inconscientemente a retornar ao lugar da dor. Enquanto maestros das nossas vidas, o nosso trabalho é questionar porque é que a orquestra está desafinada. Porque é que certas coisas nos acontecem. Com responsabilidade. Com coragem. É um dos trabalhos em psicoterapia e em psicanálise. Trazer à luz o que está no escuro. Somos, de facto, muito responsáveis. Muito mais responsáveis que o azar ou a sorte. Se calhar temos realmente o que pedimos. Então a questão que fica é: saberemos realmente o que andamos a pedir?
quarta-feira, 2 de novembro de 2011
Pedrinha (Da irritação)
Tudo o que nos irrita nos outros pode levar-nos a um entendimento de nós mesmos.
Carl Jung
Carl Jung
Subscrever:
Mensagens (Atom)