terça-feira, 19 de outubro de 2010

Mãe, não quero ir à Escola..!




Desde meados dos anos 80 que o conceito de bullying se tornou foco de interesse de psicólogos e outros técnicos mas, foi há poucos anos que o seu significado chegou ao cidadão comum. O bullying é uma forma de agressão na qual há um desequilíbrio de poder entre agressor e vítima. Assume várias formas e pode ocorrer nos mais variados contextos, sendo que o mais comum é entre crianças ou jovens, em contexto escolar.
Sob a forma de violência física ou psicológica, isto é, quer através de agressões físicas ou verbais (humilhações, insultos, chantagens, perseguições, exclusão), o bullying pode ter severas consequências, quer a curto, quer a longo prazo, na vida da criança e, posteriormente, do jovem e do adulto. Os casos de bullying ultrapassam em larga escala o que por norma se possa imaginar, sendo que muitas as crianças ganham pânico à escola devido à existência de algum tipo de abuso por parte de colegas, normalmente mais velhos ou, pelo menos, de alguma forma mais poderosos. Este pânico, traduzido tantas vezes num discreto “Mãe, não quero ir à escola” que tem como resposta um descuidado “Não sejas preguiçoso”, é muitas vezes camuflado também por dores e outras manifestações sintomáticas e possivelmente acompanhado de ansiedade, medos e pesadelos. Geralmente, as verdadeiras razões desta fobia escolar não são reveladas aos pais, nem a outros responsáveis, por medo de represálias.
Esta forma de violência infantil tem normalmente como vítima uma criança emocionalmente mais frágil, que se deixa amedrontar e se fecha no silêncio. Este medo alimenta o desejo do agressor (ou grupo de agressores) devido à sensação de poder sobre a criança assustada. Poderá ter, como consequência extrema, o suicídio, de tal forma a auto-estima da criança ou adolescente é destruída.
Exige-se a continuação da divulgação desta forma de violência. Exige-se um olhar atento por parte dos professores e funcionários das escolas, que são elementos privilegiados na descoberta da ocorrência destes episódios, nunca esquecendo que a subtil violência psicológica não deixa marcas visíveis, mas deixa marcas igualmente profundas. Exige-se ainda um cuidado especial por parte dos pais, que devem estar sempre atentos e disponíveis para investigar e ajudar caso suspeitem que um filho seu esteja nesta situação.

Sem comentários:

Enviar um comentário