quinta-feira, 23 de junho de 2011

Pedrinha (Do medo)

"Imaginar-se ali, numa relação boa, acendia-lhe o temor de a perder e aí ficava muitas vezes impávida, imóvel, perante a possibilidade de se ligar ou de se afastar, evitando o medo, o medo da perda, do abandono, que o ligar-se podia trazer consigo. Por outro lado, o que queria era a ligação, o enlace dos afectos numa harmonia melodiosa, o encontro, a sintonia, a afinação da reciprocidade. O medo não era o sinal do não querer, era o falar silenciado, escondido do querer, o medo escondia o que ela mais queria, o medo era uma concha.”

Maria João Saraiva (in Até mim: vivência da psicanálise)

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