Há dias que são como mares revoltos. Nesses dias, as emoções
são fortes. Porque tal como a agitação marítima traz à superfície coisas que
habitualmente estão no fundo do mar, a turbulência emocional invoca o que está
no mais profundo de nós, misturando tudo à superfície. Se o mar está agitado, mais cedo ou mais
tarde, enquanto combatemos as ondas e as correntes, vêm ao de cima os medos
mais remotos, as feridas mais antigas e as memórias mais bem guardadas,
fazendo-nos sentir ainda mais desamparados face às intempéries. O pânico pode
tomar conta. Felizmente, temos também acesso aos nossos recursos e bóias de
salvação que fomos armazenando durante o caminho. Afectos positivos,
aprendizagens e competências de toda a espécie que mobilizamos para combater
tudo o que de mau nos atormenta no meio da tempestade. Na certeza, sempre, que
nenhuma tempestade dura para sempre e que a impermanência das coisas é, nestes
momentos, uma característica muito útil da condição humana. Depois da
tempestade vem a bonança. Isso sim, invariavelmente.
Transformação é a palavra-chave. Na vida ou há desenvolvimento ou instala-se a decadência. O estacionamento é uma ilusão. Nas palavras de Cervantes, “A estrada é sempre melhor que a estalagem” (António Coimbra de Matos)
Mostrar mensagens com a etiqueta Feridas. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Feridas. Mostrar todas as mensagens
terça-feira, 4 de novembro de 2014
Subscrever:
Mensagens (Atom)