quarta-feira, 18 de julho de 2012

Pedrinha (Das fronteiras necessárias)


“Os bons pais seriam auxiliadores da separação clara entre fantasia e realidade. Nem sempre este equilíbrio é conseguido e a confusão inicia-se, cresce, invade o Eu e surge a ruptura e o sofrimento. Na geração de adultos-pais, falha a capacidade de se separarem dos próprios filhos. O primeiro sintoma deste caos confusional é a abolição de limites-fronteiras claras, entre a geração de pais e a geração de filhos. São os banhos comuns, camas comuns, partilha obrigatória de segredos em todas as direcções, etc. A criança entra em luta por uma sobrevivência e uma autonomia enquanto lhe resta alguma energia disponível, mas se os benefícios narcísicos persistem (“sou igual ao pai porque durmo com a mãe como ele”), a patologia instala-se e pode estabilizar no negativo.”

Teresa Ferreira (in Em defesa da criança)

Sem comentários:

Enviar um comentário