Este ano, no Dia da Mãe, comemorou-se também o dia de
um Pai. Celebrou-se o 156º aniversário do nascimento de Sigmund Freud. Ele, que "deu à luz" a teoria mais
completa para a compreensão do funcionamento mental no Homo Sapiens Sapiens (o Homem que sabe que sabe), a Psicanálise.
Tanto sabe, que usa (inconscientemente) as melhores manobras de ilusão na arte
de se enganar a si mesmo, quando não quer ou não suporta saber.
Cá dentro, possuímos processos conscientes, que
percebemos relativamente bem e dos quais damos conta, mas ao mesmo tempo, muito
daquilo que somos remete para dados vivenciais aos quais não temos acesso. A
descoberta da existência do Inconsciente foi um legado imprescindível que
Sigmund Freud nos deixou, permitindo-nos hoje perceber que há mecanismos
psicológicos complexos por detrás dos nossos pensamentos, afectos e
comportamentos.
Porque não acedemos a esse inconsciente? Porque não
podemos (senão não seria inconsciente!). O que fica inconsciente é precisamente
aquilo que não somos capazes de pensar. Para nos ajudar com estas histórias
escondidas, construímos mecanismos de defesa, todos eles inconscientes, para ajudar
(ou não) a lidar com as dificuldades que se vão sentindo ao longo do
desenvolvimento. Temos defesas para evitar, recalcar, deslocar ou projectar afectos
e pensamentos para outro sítio qualquer bem longe da consciência. Sobre estes
mecanismos de defesa, pode dizer-se que uns são mais saudáveis que outros. Pode
dizer-se também, que a capacidade de suportar e pensar o sofrimento é
fundamental para um crescimento mental e afectivo estruturado, mas frequentemente
essas defesas instalam-se maciçamente, desorganizando e prejudicando o nosso
funcionamento e personalidade. Freud mostrou-nos as "trevas" que
carregamos dentro de nós mas ofereceu-nos as técnicas que nos conduzem à
"luz", trazendo à consciência aquilo que precisa de ser pensado e
compreendido. Hoje, a Psicanálise continua a ser uma viagem fabulosa que nos
oferece o conhecimento, a verdade e a liberdade.
Actualmente,
tem como “filhas” as psicoterapias de orientação psicanalítica, que invés de
usarem o clássico divã para deitar os seus pacientes, trabalham face-a-face.
Contudo, em ambas, o acesso aos fenómenos inconscientes permite descobrir a
chave de mistérios fantásticos do ser humano. Para descobrir isto, temos que
ter a força e a coragem de olhar a nossa história, pela mão de uma relação
sanígena (relação que cura). Para os que têm coragem de dobrar o Cabo das
Tormentas e enfrentar os seus Adamastores, grandes Glórias no Horizonte!
(29/05/2012)
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