Transformação é a palavra-chave. Na vida ou há desenvolvimento ou instala-se a decadência. O estacionamento é uma ilusão. Nas palavras de Cervantes, “A estrada é sempre melhor que a estalagem” (António Coimbra de Matos)
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quinta-feira, 10 de abril de 2014
quarta-feira, 26 de setembro de 2012
Pedrinha (Das infâncias sólidas)
“A
saúde mental constrói-se na infância. Os factores posteriores são menos
importantes. Uma criança teve perdas de afectos na infância, fez uma depressão
infantil que pode ter passado despercebida, estará mais fragilizada na idade
adulta e poderá deprimir facilmente. Se teve uma infância sólida aguentará bem
as perdas afectivas.”
António Coimbra de Matos
sábado, 25 de agosto de 2012
Pedrinha (Dos desejos intermináveis)
''Somos
seres desejantes destinados à incompletude e é isso que nos faz caminhar''
Jacques Lacan
segunda-feira, 23 de abril de 2012
Mãos ao Trabalho!
“O desespero nunca serviu as sociedades democráticas e é preciso ter em conta os sonhos das pessoas, que se podem tornar em pesadelos. Os psicólogos têm um papel fundamental para lidar com as incertezas e ajudar os portugueses.”
Telmo Baptista
Bastonário da Ordem dos Psicólogos Portugueses - Sessão de Abertura do I Congresso Nacional da OPP (18,19,20 e 21 de Abril de 2012)
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quarta-feira, 12 de outubro de 2011
Com o pensamento na crise (e a crise no pensamento)
Estamos em crise. Em traços largos, sabemos que, se um organismo entra em crise, houve uma falha nos seus mecanismos de auto-regulação e de regulação externa. Por vezes, homeoestaticamente, o organismo consegue auto-reparar-se e retomar o seu percurso de desenvolvimento (que, entretanto, ficou suspenso). Outras vezes, atingido um certo limite de desvio e um dado nível de desregulação, o organismo já não tem capacidade de, per si, se auto-reparar, tornando-se urgente recorrer a uma intervenção externa que ajude na reparação e minimização dos danos dessa mesma crise.
Sabemos que é este o ciclo evolutivo: é decadência, crise e mudança, como destaca o Prof. António Coimbra de Matos. Um sistema, qualquer sistema, num dado momento, entra em declínio (esgota-se, desadequa-se ou torna-se nocivo), instalando-se assim uma crise que exige uma mudança. Essa mudança permite a evolução desse mesmo sistema, reequilibrando-o. Assim foi, repetidamente, ao longo da história da humanidade: na ciência, na religião, na política, na economia. E assim será, naturalmente, no sistema mais complexo de todos, o ser humano, em momentos da vida de cada um de nós, a nível pessoal (interno) e relacional (externo).
E assim podemos dizer que, numa crise, surge a oportunidade de criação de algo novo e sempre mais eficaz (espera-se!). Desde que haja um olhar atento (e ético...!) que compreenda e transforme as causas da crise (não se tente resolver uma crise com os mesmos modelos que a ela conduziram!). Porque uma crise exige mudança e a mudança implica novas formas de pensar, agir e sentir. A mudança é condição sine qua non do desenvolvimento. Para isso, cada um necessita de usar a sua capacidade de pensar e, fundamentalmente, de se questionar, sobre o papel que tem (porquê demitirmo-nos da responsabilidade do individual que influencia o colectivo?!) na resolução da crise (esta, aquela ou a outra).
Comecemos, como disse, pela mudança das mentalidades e pela resolução das nossas crises internas. Comece-se por interiorizar que a cooperação deve substituir a competição. Colocar a responsabilidade no lugar da culpa, a confiança no lugar da desconfiança, o empreendedorismo no lugar da apatia. Exige-se uma mudança social. Exige-se uma mudança que toque nas bases, nas fundações. Podemos, talvez, começar por combater a crise dentro de cada um de nós: a crise ética: dos valores; a crise dos afectos: do indivíduo, das famílias. Que a crise lá fora nos leve a pensar sobre a crise cá dentro.
Referência Útil: Coimbra de Matos, A. (2011). Relação de Qualidade: penso em ti. Climepsi.
domingo, 24 de julho de 2011
Beautiful People
The most beautiful people we have known are those who have known defeat, known suffering, known struggle, known loss, and have found their way out of the depths. These persons have an appreciation, a sensitivity and an understanding of life that fills them with compassion, gentleness, and a deep loving concern. Beautiful people do not just exist.
Elizabeth Kübler-Ross
quarta-feira, 27 de abril de 2011
Fúria de Viver
Há alguns anos houve uma sessão cujo tema era a maternidade na adolescência. Nessa sessão, profundamente enriquecida por testemunhos reais, foi contada uma história de vida que hoje aqui recordo.
Uma jovem vivia com a sua mãe, o padrasto e dois irmãos. O padrasto, com hábitos de alcoolismo e um historial de violência, incompatibilizando-se com as crianças, mandou-as embora de casa, enquanto a mãe assistia, na sua fragilidade extrema, sem imposição. As três crianças, tendo ficado a viver sozinhas num local que, confesso, não me recordo, educavam-se mutuamente e sobreviviam como podiam. Como se alimentavam, também não me lembro. Com a ajuda de vizinhos, tenho ideia. Por vezes, a mãe visitava-os, mas sempre receosa de ser apanhada pelo marido. A jovem contou que, sendo a mais velha, sentia a responsabilidade de cuidar dos irmãos. E no sossego na noite, (imagine-se!) estudava à luz das velas, porque não queria falhar na escola. Algures a meio desta história, ainda adolescente, engravida. Tem o seu filho. No momento em que conta a história a uma plateia tão emocionada quanto ela, afirma que está a meio do seu curso superior: Psicologia. Na plateia, a mãe. Talvez já liberta da opressão do marido, quem sabe. A jovem afirma publicamente que não a julga. Ambas choram. O filho, também na plateia, parece baralhado com tantas lágrimas e palmas.
O que faz uma jovem que cresceu na adversidade, ter uma força interior que a leva a percorrer um caminho exemplar sem qualquer desvio? A palavra-chave é resiliência. O termo resiliência tem origem na Física e designa a capacidade de um corpo deformado por uma pressão externa retomar a sua forma inicial. No campo das ciências humanas, a resiliência explica-se como a capacidade de se resistir de forma flexível à adversidade, desenvolvendo mecanismos positivos de adaptação e utilizando essa adversidade para o desenvolvimento pessoal, profissional e social.
Podemos identificar algumas características gerais nas crianças resilientes: sociabilidade, inteligência, competências de comunicação e locus de controlo interno (que significa atribuir a causalidade/responsabilidade das situações e da sua resolução a nós próprios e não aos outros, ou à sorte e azar, ou ao destino...!).
Embora esta capacidade esteja relacionada com a maturação do sistema nervoso central e conseguinte desenvolvimento das capacidades cognitivas, linguagem e desenvolvimento psicomotor, não é uma característica completamente inata. Por norma, estas crianças também cresceram com laços afectivos familiares fortes e sistemas sociais de suporte (comunidade, escola, igreja). Cabe à escola um papel fundamental na educação para a resiliência, numa época em que tantos pais se demitem do papel de educadores. Numa mistura entre genética e ambiente, nasce esta capacidade, nas palavras de Tom Coelho, de transformar um limão em limonada.
sábado, 27 de novembro de 2010
Psicologia Positiva
No período que antecedeu a II Guerra Mundial, a Psicologia tinha três objectivos básicos: curar a doença mental, ajudar as pessoas a tornar a sua vida mais produtiva e completa e, por último, identificar e estimular talentos. Contudo, ao longo do tempo, a Psicologia tornou-se uma disciplina essencialmente curativa, baseada num modelo e ideologia de doença, virada essencialmente para o primeiro objectivo acima citado.
O movimento chamado Psicologia Positiva surgiu recentemente (embora já outras correntes dentro da Psicologia tivessem abordado a questão) reacendendo o tema, focando-se essencialmente no estudo das potencialidades e dos factores individuais, comunitários e sociais que estimulam as experiências positivas, dirigindo-se assim mais para a prevenção e menos para a cura. Tem como objectivo a optimização do funcionamento do indivíduo. Como? Focando-se nas suas forças e não nas fraquezas. Maximizando os recursos do indivíduo e estimulando as suas potencialidades, como por exemplo, a inteligência, o optimismo, a auto-eficácia e a resiliência (significando esta última a capacidade do indivíduo enfrentar os problemas, superar os obstáculos ou resistir à pressão em situações adversas). Foca ainda a estimulação de outros traços positivos individuais como a capacidade de amar, vocação, coragem, competências interpessoais, sensibilidade estética, perseverança, capacidade de perdoar, originalidade, capacidade de perspectivar o futuro, espiritualidade e sabedoria. Subjectivamente, o campo da Psicologia Positiva implica trabalhar as experiências subjectivas de bem-estar, contentamento, satisfação (respeitantes ao passado); “fluir” e felicidade (respeitantes ao presente), esperança e optimismo (respeitantes ao futuro).
Porque se fala tanto de Psicologia Positiva? Lembramo-nos das receitas mágicas do livro “O Segredo” que andou recentemente nas bocas do mundo e percebemos que vivemos uma época propícia ao surgimento de correntes de energia positiva. Ainda assim, não poderemos nunca negligenciar a outra face da Psicologia, tradicional mas pertinente, pois no equilíbrio entre as metodologias encontramos mais virtude do que no extremismo. É essencial estudar o ser humano numa perspectiva integradora, na qual o mesmo é concebido como um agente activo que constrói a sua própria realidade. Através da selecção, interpretação e da influência dos ambientes com os quais se confronta, o indivíduo contribui para o desenvolvimento das suas capacidades e tendências.
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