sábado, 27 de novembro de 2010

Pedrinha (Do fanatismo)

O fanatismo é o inimigo número um da liberdade, da cultura e da ciência. O fanático não tem dúvidas. Por isso impõe a sua verdade; se necessário for, pela violência. Mas sem dúvidas, não construímos nada de novo, vivemos de ideias fossilizadas.
(António Coimbra de Matos)

Psicologia Positiva

No período que antecedeu a II Guerra Mundial, a Psicologia tinha três objectivos básicos: curar a doença mental, ajudar as pessoas a tornar a sua vida mais produtiva e completa e, por último, identificar e estimular talentos. Contudo, ao longo do tempo, a Psicologia tornou-se uma disciplina essencialmente curativa, baseada num modelo e ideologia de doença, virada essencialmente para o primeiro objectivo acima citado.
O movimento chamado Psicologia Positiva surgiu recentemente (embora já outras correntes dentro da Psicologia tivessem abordado a questão) reacendendo o tema, focando-se essencialmente no estudo das potencialidades e dos factores individuais, comunitários e sociais que estimulam as experiências positivas, dirigindo-se assim mais para a prevenção e menos para a cura. Tem como objectivo a optimização do funcionamento do indivíduo. Como? Focando-se nas suas forças e não nas fraquezas. Maximizando os recursos do indivíduo e estimulando as suas potencialidades, como por exemplo, a inteligência, o optimismo, a auto-eficácia e a resiliência (significando esta última a capacidade do indivíduo enfrentar os problemas, superar os obstáculos ou resistir à pressão em situações adversas). Foca ainda a estimulação de outros traços positivos individuais como a capacidade de amar, vocação, coragem, competências interpessoais, sensibilidade estética, perseverança, capacidade de perdoar, originalidade, capacidade de perspectivar o futuro, espiritualidade e sabedoria. Subjectivamente, o campo da Psicologia Positiva implica trabalhar as experiências subjectivas de bem-estar, contentamento, satisfação (respeitantes ao passado); “fluir” e felicidade (respeitantes ao presente), esperança e optimismo (respeitantes ao futuro).
Porque se fala tanto de Psicologia Positiva? Lembramo-nos das receitas mágicas do livro “O Segredo” que andou recentemente nas bocas do mundo e percebemos que vivemos uma época propícia ao surgimento de correntes de energia positiva. Ainda assim, não poderemos nunca negligenciar a outra face da Psicologia, tradicional mas pertinente, pois no equilíbrio entre as metodologias encontramos mais virtude do que no extremismo. É essencial estudar o ser humano numa perspectiva integradora, na qual o mesmo é concebido como um agente activo que constrói a sua própria realidade. Através da selecção, interpretação e da influência dos ambientes com os quais se confronta, o indivíduo contribui para o desenvolvimento das suas capacidades e tendências.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Amor em Tempos de Inverno


'O amor nasce e desenvolve-se: entre ajustamentos, desajustamentos e reajustamentos. A relação amorosa não é linear, mas por ondas. Também tem marés. Na maré baixa – “tempos de Inverno”, na nossa metáfora –, pode ser a indiferença ou a ausência de desejo. Mas não só: a ternura é um poderoso ingrediente do amor, assim como a confiança e o cuidar (no sentido restrito e amplo de “tomar conta de”). É aí, em tempos mais difíceis, que o verdadeiro amor se revela e confirma. No Verão mostra-se, no Inverno demonstra-se.'

(António Coimbra de Matos, comunicação de abertura do Seminário Amor em Tempos de Inverno, Outubro 2010)

terça-feira, 23 de novembro de 2010

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Sobre a infertilidade


Não há espaço para ter filhos cedo. A vida profissional custa a engrenar e a simultânea imaturidade emocional dos jovens adultos tem vindo a adiar a idade do casamento e os planos de constituir família. Consequentemente, há um risco cada vez mais presente que se relaciona com este adiamento da parentalidade: a infertilidade. A capacidade reprodutora do casal diminui ao longo da idade. Acrescem os factores emocionais que dificultam o processo, nomeadamente o stress do quotidiano.
Esta é uma dura prova para qualquer casal. O stress e a ansiedade despoletados perante a situação de infertilidade relacionam-se não só com a pressão social para gerar descendência mas também com os conceitos de feminilidade e masculinidade. Cada indivíduo e cada casal reagem de forma diferente. Contudo, grosso modo, sentimentos depressivos, raiva, culpa e isolamento social são as manifestações mais comuns. Mais, há severas consequências a nível da satisfação e futuro conjugal. Muitas vezes, a dificuldade em conceber um filho pode ser estritamente do foro psicológico. O stress e a ansiedade representam um obstáculo central e frequentemente a criança pode ser concebida quando menos se espera, inclusivamente quando o casal já desistiu de tentar. Noutros casos, quando a origem do problema é orgânica e está, concretamente, num dos elementos do casal, surgem ampliados os sentimentos de culpabilização e a diminuição da auto-estima, devido ao sentimento de responsabilização pela dita incapacidade.
Depois, vem a busca de uma solução. Os tratamentos para infertilidade podem ser física, emocional e economicamente desgastantes para o casal. É essencial um suporte psicológico competente, levado a cabo por técnicos que acompanhem o casal ao longo de todo o percurso e que proporcionem um entendimento das várias etapas do processo. Dentro do próprio casal, é fundamental manter sempre aberto um canal de comunicação, assim como procurar um suporte psicoterapêutico que ajude a elaborar o stress, as angústias e as frustrações inerentes a todo o processo. Sem esquecer o papel de conforto a representar pelos familiares.
Esta é uma situação de vida que o casal não deve, de todo, enfrentar sozinho. É ainda importante não permitir a medicalização da questão. A infertilidade possui causas multideterminadas, portanto, acima de tudo, não se admite uma intervenção que exclua a dimensão emocional nem o contexto social no qual está inserida.

sábado, 20 de novembro de 2010

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Princípio do Prazer vs. Princípio da Realidade



Existem pessoas que querem fazer apenas aquilo que lhes apetece, quando lhes apetece e como lhes apetece. Em senso comum, chamamos a isto ser egocêntrico, egoísta ou infantil. Outras pessoas há que são mais contidas e sabem que nem sempre podemos fazer aquilo que nos apetece como nos apetece e quando nos apetece, aceitando esta realidade com maior facilidade. Chamamos-lhe maturidade, responsabilidade ou racionalidade.
Em termos psicanalíticos, há dois conceitos interessantes introduzidos por Sigmund Freud há muitas décadas atrás: princípio do prazer e princípio da realidade. O princípio do prazer é então o desejo de obter uma gratificação imediata. Quando movido por este instinto, o sujeito age de forma a sentir prazer e evitar a dor, mostrando uma baixa tolerância à frustração. Opõe-se ao princípio da realidade, que representa a capacidade de adiamento de uma gratificação.
Ou seja, o que acontece é que quando queremos fazer algo que não é correcto ou oportuno fazer, temos duas alternativas: uma, passamos por cima do que for necessário para concretizar a nossa vontade, movidos pelo caprichoso princípio do prazer; duas, aguardamos por um melhor momento ou aceitamos a impossibilidade total de realizar tal desejo, compreendendo que a vida apresenta limitações e que nem tudo acontece como gostaríamos.
Nos primeiros tempos de vida, o ser humano é dominado pelo princípio do prazer. As crianças querem ver os seus desejos realizados imediatamente e a capacidade de adiar a satisfação de um desejo ou necessidade e de suportar a dor e a ansiedade vai sendo construída ao longo do tempo. Depois, o desenvolvimento desta capacidade torna-se em grande parte uma responsabilidade dos educadores, que desde cedo vão mostrando aos seus filhos o que pode e não pode acontecer, o que é e não é possível, apresentando-lhes as primeiras frustrações da vida e ensinando-lhes quotidianamente com naturalidade que nem sempre as coisas acontecem quando e como queremos. Começa a desenvolver-se o princípio da realidade. Num indivíduo adulto bem estruturado, este é o princípio dominante.
No entanto, nem sempre tal acontece. Por vezes, há uma falha no equilíbrio entre os dois princípios e o princípio do prazer sobrepõe-se, tornando o sujeito omnipotente, caprichoso e desajustado socialmente, pois ao procurar sistematicamente satisfazer o seu desejo acaba por entrar em conflito com o desejo do outro, tantas vezes diferente do seu. Note-se que, embora o princípio da realidade seja mais favorável ao bom desenvolvimento, também pode acontecer o inverso, quando uma exclusividade do princípio da realidade torna o indivíduo exageradamente contido, incapaz de se permitir a saborear. Tão contido que também dificilmente viverá com plenitude. Como sempre, no meio encontramos a virtude.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Conversa de guardanapos



"A simplicidade é o fim último. Depois de se tocar uma vasta quantidade de notas e mais notas é a simplicidade que emerge como honorável recompensa da arte."  Chopin



"Que espírito vazio e cego aquele que não compreende o facto que um pé humano é mais nobre que um sapato e a pele humana mais bela do que a roupa que veste."  Michelangelo

domingo, 14 de novembro de 2010

Coisas Boas

Estranhas formas de amar



Existe um drama, transversal aos tempos, chamado violência doméstica. Não escolhe estrato social nem estatuto sócio-económico, contrariando a tendência de associarmos a violência às classes mais baixas e com menor desenvolvimento cognitivo. Implica uma mulher e um homem, uma relação de submissão por parte desta e uma relação de autoritarismo por parte deste. Implica, acima de tudo, uma relação doente entre duas pessoas de certa forma doentes.
Ultrapassando em larga escala as discussões intrínsecas a qualquer relação, a violência doméstica surge quando o homem (embora também existam casos de violência doméstica em que o agressor é a mulher) utiliza a sua força para controlar a mulher, minando a liberdade inerente a cada ser humano e obrigando-a a viver segundo a sua vontade. Tornam-se mulheres submissas, amedrontadas, sem liberdade de expressão a qualquer nível, vivendo sob ameaça constante.
Por norma, o agressor sabe que age mal e pede desculpa, inclusivamente de forma genuína, levando a mulher a perdoá-lo na expectativa que cada vez seja sempre uma última vez. No entanto, homens violentos não deixarão de o ser.
Na verdade, uma relação violenta implica dois tipos de disfunções. Nestes homens, a agressividade esconde muitas vezes uma insegurança e uma dor de vida brutal, que camuflam através de uma masculinidade exacerbada. A sua violência reflecte uma perturbação do seu funcionamento e, como tal, a possibilidade de mudança é reduzida ou nula. Por outro lado, nestas mulheres encontramos uma auto-estima débil e uma tendência cuidadora de ordem depressiva, muitas vezes masoquista, que as leva a olhar sempre o lado bom e a perdoar o lado mau, na esperança de um futuro diferente. Mulheres que espelham crianças outrora mal amadas ou mesmo batidas pelos seus pais. Toda a vida cresceram nos meandros da violência (física ou psicológica) e este é o único vínculo que conhecem. Encaixam nestes homens como uma luva. Vítimas perfeitas.
Este é o ciclo da violência doméstica. A ilusão da mudança não deve alimentar estas mulheres. Devem sim ser ajudadas no sentido de terminar a relação, visto que a necessidade de controlo do homem não cessará sozinha porque faz parte da sua forma de funcionamento. Elas afirmam que há amor. Pois até pode haver. Contudo, há formas de amar que não fazem ninguém feliz . São, à partida, relações condenadas. Reconhecer isso é o ponto de partida para uma vida livre e também o caminho para o fim de um pesadelo.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Pedrinha (Dos enganos)

E ainda sobre os usos, os abusos e outros tantos enganos com que o ser humano permanentemente (e erradamente) se amputa da capacidade de amar a vida nas suas coisas mais simples:

Nem tudo o que reluz é ouro, nem tudo o que encanta é verdadeiro.
(António Coimbra de Matos)

Usos e abusos


Temos conhecimento através de inúmeras reportagens e, também por fácil observação directa que, actualmente, os jovens iniciam as suas experiências a diversos níveis cada vez mais cedo. No que toca às experiências de consumos, assume-se que é grave, pois a sede de conhecer e experimentar parece que cedo se transforma em fascínio. Estamos perante pré-adolescentes que, com total liberdade, acedem a estabelecimentos nocturnos onde constatamos os ditos consumos exacerbados de substâncias variadas pela noite fora. De facto, parece estar a aumentar um novo tipo de dependência, que poderíamos chamar “dependência de fim-de-semana”, caracterizada pela incapacidade de obter prazer e diversão nas saídas com os amigos sem ser através do abuso de substâncias e consequente alteração dos estados de consciência.
Porquê? Talvez se possa enquadrar esta questão na sociedade de consumo e de busca de prazer imediato, visto a maioria destas substâncias tornar a socialização mais fácil e assim ser mais rápido conhecer novas pessoas e criar novas relações. No entanto, embriagados por tanta coisa, as amizades esbatem-se por entre conhecimentos fugazes e superficiais, as experiências de carácter sexual adivinham-se precoces e tantas vezes sem significado, as relações amorosas nascem através de conhecimentos rápidos e tornam-se mais voláteis. Não se pensa muito e faz-se demasiado. A consciência está alterada, é compreensível..! É a força do agir acima de tudo o resto.
Os pais destes adolescentes, observam de longe, alguns tolerantes e compreensivos, desdramatizando. Outros, redondamente iludidos, pois durante a semana o seu filho comporta-se normalmente, estuda e até tira resultados bons ou razoáveis na escola, logo isso basta para acreditarem que quando está com os amigos seja um menino “às direitas”. Errado. Estes adolescentes estão a perder a capacidade de apreciar a vida de olhos límpidos. Sem álcool, sem haxixe e quiçá sem outras coisas, numa pequena minoria, não tem tanta piada estar com os amigos. Pior ainda, a falta de moderação. Caídos pelos cantos, tantas vezes. O seu corpo, ainda em crescimento, irá reflectir mais tarde estes excessos. Também o seu rendimento escolar poderá baixar, mais tarde, devido não só à deterioração das capacidades intelectuais mas também à desmotivação e apatia que gradualmente cresce nestes pequenos jovens que anseiam apenas por mais uma noite de excessos. Experimentar faz parte da vida e dificilmente poderemos contrariar a tendência das experiências cada vez mais precoces. Contudo, temos a obrigação de chamar estes meninos, que se acham grandes, à realidade, mostrando-lhes que a vida é bonita sem ser necessário consumir com tanta sofreguidão. Que a capacidade de não perder o prazer das pequenas coisas vale mais que tudo.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

A evolução da paternidade



Sabe-se e fala-se fundamentalmente do papel da mãe na vida das suas crianças. Então, e o pai? O pai, na verdade, foi durante muito, muito tempo, o “progenitor esquecido” (Ross, 1979). Fundamentalmente valorizado pelo papel de suporte económico e moral na família, vulgo “chefe de família”, foi colocado em plano secundário no que respeita a relações de proximidade com os seus filhos.
Contudo, tendo em conta toda a evolução sócio-cultural ao longo do século e, mais recentemente, as necessidades de repartir tarefas parentais devido ao elevado número de mulheres no mercado de trabalho, inúmeros estudos foram surgindo e hoje constata-se uma profunda viragem na concepção do papel de pai. Tal como acontece com a mãe, desde a gravidez se reconhece um vínculo especial entre o pai e o bebé. O bebé reconhece o seu pai desde a barriga da sua mãe e nenhum outro homem poderá substitui-lo nessa relação privilegiada. Descobriu-se ainda que os papéis parentais não estão relacionados com o sexo dos progenitores mas unicamente com o tradicional e instituído sistema cultural e familiar. As competências são iguais para ambos os progenitores.
Houve, felizmente, uma aproximação dos dois papéis parentais, pai e mãe. E ainda bem! Porque as crianças mais saudáveis, emocionalmente, são aquelas que têm uma relação próxima com ambos os progenitores. Nos primeiros banhos, nas brincadeiras e passeios, na partilha de hobbies e interesses, entre tantas outras actividades a desenvolver com um filho (variáveis ao longo do seu crescimento) o pai tem um lugar cativo e um papel activo, devendo, como tal, fazer uso e abuso dele. Também para a mãe é muito agradável partilhar o acompanhamento dos filhos com o seu marido, sentindo-se mais apoiada numa tarefa que raramente é fácil e tornando-se, consequentemente, a relação marido/mulher mais harmoniosa e rica. Na complementaridade está o ganho e a mãe não é mais especial que o pai, como se pensou durante tanto tempo. São relações distintas e ambas são indispensáveis ao desenvolvimento de uma criança feliz.

Referência: Leal, I. (2005). Psicologia da Gravidez e da Parentalidade. Editora Fim de Século.

Coisas Boas

"E é tudo o que aprendo (e aprendi) na vida, quando, ao nascer do Sol, te olho docemente. De outro modo, é a banalidade das coisas e a insipidez dos seres."
(António Coimbra de Matos)

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Pedrinha

Penso, logo existo – disse Descartes. Existo com, logo penso – direi eu.
(António Coimbra de Matos)

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

As mil faces do mau-trato infantil

Ao longo do tempo, através da conquista dos direitos das crianças, o conceito de mau-trato infantil encontra-se, actualmente, amplamente divulgado. Não obstante, é necessário ter em conta que o mau-trato não se restringe unicamente ao abuso físico que, por ser o mais facilmente detectável e o mais chocante, é também o mais combatido. O mau-trato psicológico e a negligência são também dois outros tipos de mau-trato, substancialmente mais ignorados e também mais camuflados.
Grosso modo, por mau-trato psicológico entende-se a incapacidade de fornecer à criança um ambiente tranquilo e de bem-estar afectivo-emocional, através da ausência de afecto, da agressão verbal através de insultos, ameaças e humilhações, da exposição a um clima de medo ou terror devido a ambientes de grande violência familiar. A negligência, por sua vez, implica falhas dos pais respeitantes à aparência ou bem-estar físico da criança, descuido nos cuidados de saúde da criança, falta de cuidados de segurança e consequente ocorrência de acidentes, má nutrição, ausência de condições de higiene, entre outros.
As consequências do mau-trato abrangem todas as áreas de desenvolvimento da criança. Ao nível físico, podem ocorrer lesões cerebrais de gravidade variada, incapacidades ou doenças crónicas, saúde débil, dificuldades audiovisuais, atrasos psicomotores e de desenvolvimento, entre outros. Ao nível cognitivo, encontram-se atrasos e dificuldades no desenvolvimento cognitivo e da linguagem, dificuldade na aquisição de conceitos básicos e no desenvolvimento do pensamento lógico e abstracto, baixo rendimento escolar, entre outros. Ao nível social, surgem dificuldades na interacção social e nas habilidades sociais, ausência de confiança nas relações humanas e dificuldade no estabelecimento de relações de intimidade, tendência a sofrer influências do grupo, limitações ao nível do desenvolvimento moral e da empatia, défice no auto-controlo e na capacidade de resolução de questões interpessoais. Ao nível emocional, manifestações variadas como uma baixa auto-estima, sentimentos depressivos, tendência à apatia, ansiedade e medos variados, baixa resistência à frustração, baixo controlo de impulsos, falta de confiança no futuro, problemas na aquisição da identidade, entre outros.
Crianças batidas, crianças mal amadas, crianças negligenciadas, todas elas diferentemente maltratadas, dificilmente serão crianças saudáveis e dificilmente se tornarão adultos felizes.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Pedrinha (Da Teoria do Amor)

"Não há psicopatologia alguma que não radique, de uma maneira ou de outra, em defeitos ou desvios do afecto na relação. Efectivamente, se queremos fazer uma teoria da mente comecemos por fazer uma teoria do amor."
(António Coimbra de Matos)