O coração é elástico, músculo que contrai e
expande, para nossa sorte. Foi feito assim para não se partir em mil bocados
com as lutas que se travam lá dentro. No ringue defrontam-se as partes de nós
que não se entendem. Varia a força do embate, do clássico braço de ferro ao
combate sujo e ensanguentado. Quanto ao resultado, há partes que ganham, há
partes que perdem, há empates técnicos, conforme os dias, as horas, os meses e
as estações do ano. Conforme a luz, a lua, os humores e os amores. Conforme
sabe-se-lá-o-quê porque isso afinal nem interessa e não há outro remédio senão
aguentar esses confrontos na arena do coração. Fazem parte. Onde não há
conflito, não há vida, nada se questiona, nada se transforma, nada se
acrescenta, nada se avança.
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