Fui muito feliz em alguns dias de chuva. É que quando faz sol
cá dentro até podem cair pedras. O tempo de fora não conta quando é Verão
dentro de nós. Quando o cinzento de fora espelha o cinzento de dentro é que se
torna mais difícil não ir na onda. É um bocadinho como a crise. Quando a crise
lá fora espelha as crises cá de dentro tudo parece ainda mais negro. Há muita
gente aí aos berros e às pedradas. Cá para mim há muita gente aos berros e às
pedradas mas nem sabem bem que crise é que as oprime. Se a de fora se a de
dentro. Sem querer negar a realidade do tempo ou da economia quero poder ser
feliz em dias de chuva e quero poder ser feliz em dias de crise. Era bom que
para além de olhar pela janela olhássemos um pouco mais para dentro da nossa
‘casa’. Pode precisar de alguma arrumação, limpeza ou transformação. Ou
aquecimento. Há muitas ‘casas’ demasiado geladas!
Transformação é a palavra-chave. Na vida ou há desenvolvimento ou instala-se a decadência. O estacionamento é uma ilusão. Nas palavras de Cervantes, “A estrada é sempre melhor que a estalagem” (António Coimbra de Matos)
sexta-feira, 16 de novembro de 2012
Dentro e Fora
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