Transformação é a palavra-chave. Na vida ou há desenvolvimento ou instala-se a decadência. O estacionamento é uma ilusão. Nas palavras de Cervantes, “A estrada é sempre melhor que a estalagem” (António Coimbra de Matos)
Mostrar mensagens com a etiqueta Felicidade. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Felicidade. Mostrar todas as mensagens
segunda-feira, 4 de julho de 2016
segunda-feira, 24 de março de 2014
O Bicho Verde
Há
três conceitos que por vezes se confundem: ciúme, cobiça e inveja. Mas ciúme, é não
querer perder o que se tem, cobiça é querer o que o outro tem, e inveja é não
querer que o outro tenha. Esta deriva do latim invidia, que quer dizer “olhar com malícia”, o que explica a crença popular do “mau-olhado”. Traduz-se como: “eu até posso nem ter nada desde que tu também não tenhas.”
Dos três, talvez a inveja seja o mais
difícil de admitir. É difícil de
admitir porque remete para um desejo que não tem directamente relação
comigo ou com algo eu gostaria de manter (ciúme) ou ganhar (cobiça), mas sim com
aquilo que eu desejo que o outro perca. Talvez a inveja seja profundamente difícil de
admitir porque a maioria tem alguma vergonha de reconhecer que retira prazer da
desgraça alheia. Além disso, a
cultura judaico-cristã penaliza severamente a inveja. Considera-a um pecado
capital, embora seja talvez o único pecado que na realidade é totalmente inútil,
ao contrário da gula ou da luxúria. Com a gula e com a luxúria eu tenho algum
tipo de prazer. Com a inveja, pelo contrário, apesar de poder sentir um gozo imediato
perante as perdas dos outros, na maioria das vezes, isto é, no dia-a-dia, sinto
ódio das suas vitórias. Não só das conquistas alheias se tem inveja pois, por vezes, a simples paz de espírito ou serenidade de alguém
pode ser motivo de inveja, mesmo que não possua nada mais que isso.
Porque se inveja,
então? Há quem nem o saiba, porque a inveja pode estar mais
ou menos consciente (creio que muitas pessoas escondem habilidosamente de si
mesmas que invejam os outros), mas é alimentada por sentimentos de
inferioridade e insegurança, sensação de abandono ou injustiça, sensação de incapacidade,
vazio interior, frustração, como se fossem afluentes de um grande rio composto
de egoísmo, raiva e ódio, em diferentes medidas. Por vezes, é tão dissimulada
ou mesmo inconsciente que nem é expressada de forma directa ou evidente,
contudo, sentimos um mal-estar em certa presença, um olhar estranho ou um tom de voz incoerente. Também aparece sob a forma de bisbilhotices, críticas (normalmente destrutivas) ou conselhos
traiçoeiros.
Quem inveja, sofre, mesmo que não o saiba ainda. É uma espécie de
amargura invasiva, qual veneno que corre nas veias, e possui um carácter
destrutivo, não para os outros mas principalmente para o próprio, que azeda,
mirra e definha. Admitir a inveja será uma confissão de inferioridade pois o mecanismo responsável é a comparação
sistemática entre a pessoa e os outros, comparação, essa, em que a pessoa se
sente sempre em plano inferior. No fundo, quanto menos me basto a mim próprio,
mais olho para os outros. Quanto menos satisfeito estou com a minha vida, mais
observo a vida dos outros. Logo, quanto maior for o vazio, maior a inveja e por
isso o melhor remédio contra ela é ter uma vida cheia de nós próprios,
construir um destino que nos preencha e sermos plenos de amor-próprio, pois só
quem se ama a si mesmo poderá amar o próximo.
terça-feira, 11 de fevereiro de 2014
sexta-feira, 31 de janeiro de 2014
Pedrinha (Dos Bons Investimentos)
"A despesa envolvida na psicanálise é excessiva apenas
na aparência. Inteiramente à parte do facto de nenhuma comparação ser possível
entre a saúde e a eficiência restauradas, por um lado, e um moderado dispêndio
financeiro por outro, quando adicionamos os custos incessantes das casas de
saúde e do tratamento médico e contrastamo-los com o aumento de eficiência e de
capacidade de ganhar a vida que resulta de uma análise inteiramente bem
sucedida, temos o direito de dizer que os pacientes fizeram um bom negócio.
Nada na vida é tão caro quanto a doença – e a estupidez."
Freud em "Sobre
o início do tratamento", 1913
Etiquetas:
Aprendizagem,
Crescimento,
Desenvolvimento,
Desenvolvimento Pessoal,
Felicidade,
Mudança,
Psicanálise,
Psicoterapia Psicanalítica,
Saúde,
Saúde Mental,
Sigmund Freud,
Transformação
sexta-feira, 18 de outubro de 2013
Elogio à Consciência dos Momentos Felizes
"Desde cedo que temo a possibilidade de passar
pelas horas mais felizes da minha vida sem as reconhecer. Não sei com quem
aprendi esse talento. Sinto pena silenciosa quando vejo alguém recordar um
tempo em que foi feliz como se, só naquele instante, demasiado tarde,
identificasse a felicidade que atravessou. Não quero esse desperdício para mim.
A vontade de reconhecer os melhores momentos da minha vida no instante em que
estou a vivê-los, dá-me a lucidez de estar sempre alerta para a felicidade. É
essa a minha sorte."
José Luís Peixoto in
Breve partilha da minha sorte infinita
sexta-feira, 16 de novembro de 2012
Dentro e Fora
Fui muito feliz em alguns dias de chuva. É que quando faz sol
cá dentro até podem cair pedras. O tempo de fora não conta quando é Verão
dentro de nós. Quando o cinzento de fora espelha o cinzento de dentro é que se
torna mais difícil não ir na onda. É um bocadinho como a crise. Quando a crise
lá fora espelha as crises cá de dentro tudo parece ainda mais negro. Há muita
gente aí aos berros e às pedradas. Cá para mim há muita gente aos berros e às
pedradas mas nem sabem bem que crise é que as oprime. Se a de fora se a de
dentro. Sem querer negar a realidade do tempo ou da economia quero poder ser
feliz em dias de chuva e quero poder ser feliz em dias de crise. Era bom que
para além de olhar pela janela olhássemos um pouco mais para dentro da nossa
‘casa’. Pode precisar de alguma arrumação, limpeza ou transformação. Ou
aquecimento. Há muitas ‘casas’ demasiado geladas!
Etiquetas:
Afectos,
Desenvolvimento,
Emoções,
Felicidade,
Interioridade,
Psicanálise,
Psicoterapia Psicanalítica,
Raiva,
Sentimentos,
Solidão,
Transformação,
Tristeza,
Zanga
quarta-feira, 31 de agosto de 2011
Subscrever:
Mensagens (Atom)