Enquanto não nos conhecemos ou não nos damos a conhecer
reunimos à nossa volta relações pouco verdadeiras. O que é natural porque assim
os outros também não sabem bem quem somos e portanto também têm o direito de se
enganar. Uma das melhores consequências de nos encontrarmos e de nos assumirmos tal e
qual como somos é o facto de vermos afastar-se quem então andou por perto ao
engano. Se queremos viver relações mais autênticas, as primeiras perguntas a
fazer são: Sei quem sou? Estou a mostrar-me como sou? E aí entramos num
processo de libertação de tudo o que não interessa, não só por fora como por
dentro. Cá dentro, entendemos por fim o que significa isso da 'liberdade de
ser'. O gesto espontâneo, como diria Winnicott. Não há maior alegria que a de
nos reconhecermos na nossa forma mais genuína e praticar a nossa verdade, não
mais nos importando com o julgamento alheio. Lá fora, um pouco mais de certeza
de que quem está, está de verdade e em verdade. O ciclo é simples: abrir o
coração e assumir a nossa verdade atrai mais amor e mais verdade; a verdade de
saber que quem está por perto nos conhece, nos ama e nos respeita. Já não há
grandes enganos a recear. Ficam os que querem manter-se por perto e esses, sim,
são bem-vindos. Bom domingo!
Sem comentários:
Enviar um comentário