Segunda-feira. 2015. Lua cheia. Não nos podemos esconder mais
porque a luz incide hoje em pleno sobre nós. Ilumina a penumbra onde tantas
vezes nos escondemos e recorda-nos que é tempo de recomeçar. É que o fim das
festas (ou o fim das férias) nem sempre é fácil. Há um pequeno luto que se faz quando o quotidiano
retoma o seu curso e as responsabilidades chamam por nós. São as dores da
realidade, sempre impiedosa. No entanto, é a realidade (e os limites que nos
impõe) que nos permite saborear as festas e as férias e a vida com a alegria de
uma criança. Sem ela, tudo perderia a sua riqueza. Pior, sem ela, tudo perderia
o norte. A realidade dá-nos direcção, um sentido e um significado. Sem ela, os
dias seriam uma sucessão de dias sem conteúdo, conduzindo-nos inevitavelmente à
apatia, ao tédio e ao vazio. Pois por mais que neguemos, o ser humano precisa
absolutamente de produzir e de criar para se sentir pessoa.
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