"Nunca estou só", dizia-me ele, já velho. "Estou sempre com os meus pensamentos". E tinha ainda a música.
Transformação é a palavra-chave. Na vida ou há desenvolvimento ou instala-se a decadência. O estacionamento é uma ilusão. Nas palavras de Cervantes, “A estrada é sempre melhor que a estalagem” (António Coimbra de Matos)
sábado, 30 de agosto de 2014
segunda-feira, 25 de agosto de 2014
Curiosidade, Motor de Expansão
A curiosidade é um dos indicadores de saúde mental. Sinal de
mente em expansão, insaturada, que quer conhecer e perceber mais e melhor o
mundo em que se insere. O seu e o dos outros, ou seja, o nosso mundo interno
(os nossos desejos, sonhos e angústias) e o mundo interno
dos outros (na medida em que é possível conhecer aqueles que nos rodeiam). E
ainda conhecer o mundo propriamente dito, a chamada realidade e suas
manifestações: cultura, política, ciência ou geografia. Tanto há para conhecer que
é de estranhar quando não há o menor sinal de interesse em perceber um pouco
melhor este lugar (mente, corpo e planeta) onde moramos. Nas crianças, a
curiosidade é um acto espontâneo. Pelo menos, até ao dia em que seja castrado.
Pois nem sempre a curiosidade infantil é bem recebida e quando assim é, a mente
começa a definhar ainda antes de se poder expandir. Perguntar é sinal de
reflexão. Querer saber é indicador de entusiasmo. Estudar, experimentar e
pensar são os promotores da evolução. Se assim não fosse, se nos bastasse a
rotina mecânica de um quotidiano qualquer, ainda hoje viveríamos nas cavernas,
sem fogo, sem roda e sem nada do que hoje conhecemos.
sexta-feira, 22 de agosto de 2014
Respirar
Não somos máquinas, somos pessoas. É importante poder respirar. Entre tarefas, entre assuntos, entre relações. Num mundo que bate palmas àqueles que vivem em "modo TGV" (que vivem um dia com 24h como se ele tivesse 36h) é difícil fazer crescer esta ideia, mas que fique a semente, pois em solo fértil, germinará.
terça-feira, 19 de agosto de 2014
sexta-feira, 15 de agosto de 2014
Histórias de Desespero e de Esperança
Podíamos
contar uma história, que pode ser a história de qualquer um de nós. Por norma, estas
histórias começam com esperança, nem que seja por dois minutos. Depois, mais
cedo ou mais tarde, acabaremos por conhecer o desânimo. Perante um desânimo de
cadência continuada, irrompe então o desespero. E é aí, no lugar do desespero, que
a história sempre se divide em dois finais diferentes: ou retomamos o caminho
da esperança, ou perdemos a fé nas coisas boas e entregamo-nos a uma qualquer
forma de desistência.
Assim,
o desespero e a esperança são dois sentimentos antagónicos no que toca à
reacção às contrariedades, sempre em função daquilo que esperamos da vida. Esperança
é fé e entusiasmo. Se na nossa história encontramos sempre algo em que
acreditar, que nos segure e nos empurre em frente, é porque somos
fundamentalmente movidos a esperança. E isso é bom. Desespero é a sensação de exaustão.
É o fim de um caminho. Irrompe nos momentos em que não se espera absolutamente
mais nada de uma situação. É, no entanto, por isto que muitos pensadores
defendem que a esperança vem depois do desespero. A exaustão pode proporcionar
rupturas importantes na nossa vida. Nem todas as crises são más.
E
a verdade é que, não raras vezes, oscilamos entre ambos, conforme os tempos e as
circunstâncias. Os momentos de desespero fazem, sim, parte da vida, contudo, é
na capacidade de reencontrar o caminho da esperança que mora a saúde mental. Afastamo-nos
da saúde mental quando deparamos com desesperos tão desesperados que se torna
impossível recorrer ao pensamento e retomar o caminho do desenvolvimento. Não é
invulgar, pois o desespero é, de certa forma, uma emoção-limite, algo da ordem
do insuportável. E é muito doloroso passar por estes estados emocionais. Seria
possível viver uma vida inteira deprimido, mas não seria possível viver a vida
inteira em desespero, seria um desgaste que o corpo e a mente não aguentariam. Assim,
o desespero surge em picos e vai alternando com alguma serenidade que, por
norma, conseguimos sempre reencontrar. Com maior ou menor eficácia, a maioria
de nós consegue embalar-se nos momentos mais difíceis e reencontrar uma forma
de tornar a acreditar. Na mais pequena coisa que seja. A maioria de nós
reencontra sempre a esperança dentro de si. Até porque o fim de um caminho
permite sempre a descoberta de outro. E é nessa capacidade de reencontrar novos
trilhos que reside a esperança. Sabemos que depois de cada tempestade vem
sempre a bonança, como diz o povo.
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segunda-feira, 11 de agosto de 2014
sábado, 2 de agosto de 2014
Sobre a Pequenez
Randy P. Martin Photography |
Somos pequeninos. Somos imensamente pequenos. Somos tão
pequenos que quando nos lembramos disso nos assustamos com a nossa fragilidade.
Por outro lado, como somos pequenos também temos muito para nos entreter. Muito
que descobrir. Podemos encontrar coisas novas em cada esquina. Podemos surpreender-nos com milhões
de quilómetros quadrados de desconhecido e com biliões de pessoas que ainda não
pudemos conhecer. O que seria se o mundo fosse à nossa escala e fossemos
obrigados a habitar a vida inteira circunscritos a três ou quatro metros de
terreno? Definharíamos. Somos pequeninos mas temos um mundo inteiro à nossa
espera. Somos pequeninos, mas não pequeninos o suficiente para sermos
insignificantes. Podemos fazer a diferença. E o melhor é que podemos
simultaneamente passar despercebidos. Podemos errar e fazer disparates sem que
o mundo se desmorone em absoluto por nossa responsabilidade. Somos pequeninos e
isso não é necessariamente mau, pelo contrário, é um mundo inteiro de
possibilidades.
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